Powered By Blogger

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

DEUS JOGA XADREZ

Ainda não inventaram aventura mais fascinante que um combate enxadrístico. O respeito e o pavor nos olhos dos estrategistas. Não glorificam apenas vitórias, mas se sentem felizes pelo golpe inteligente do adversário. Não há despeito se são derrotados. Aprendem mais com as derrotas do que com vitórias. O embate enxadrístico provoca e convoca antigas sensações das primitivas batalhas. Sem armas químicas, sem explosivos. Só o confronto corpo a corpo. Não algo que vai do simples para o complexo. O xadrez é hermenêutica do início ao fim. Dispensa e silencia tudo que parecesse cartesianismo. É um pacto de vida e de morte entre duas mentes. Duas mentalidades e duas imaginações aguçadas. Tudo é complexo. Não complexo no sentido negativo como costumam adotar os neofreudianos, mas o xadrez trabalha o sentido positivo do complexidade. Chega-se a descartar a insignificância do simples. Tudo é importante e relevante. Nada é por acaso. Um peão em final de partida. Ah! somos capazes de protegê-lo com nossas próprias vidas. Ah! o poder de um peão. Senhores, não sabem como é apaixonante o salto de um cavalo. Diria até que são dotados de poesia. Saltam poeticamente e realizam a mágica de toda imprevisibilidade. Há uma necessidade que ninguém supriu ainda. Uma necessidade de criar uma filosofia enxadrística e uma maneira de filosoficamente jogar xadrez. A dialogia do negro e do branco. Não uma antítese do bem e do mal, mas uma psicologia do embate e do combate em busca da precisão. A dialética do psicológico e do complexo domina todos os condomínios do corpo e da alma. Armazena-se a porcentagem mais perfeita de nossa reflexão e de nossa evasão e invasão do espaço do tabuleiro. É como um transportar-se para outro hemisfério de si mesmo. O xadrez é a prática de um esporte da alma. Uma filosofia do sim e do não. Um diálogo da vida com a morte. Ao mesmo tempo é eternizar-se. É lutar contra a tirania do tempo. É uma vida toda diante de uma cronômetro. Ah! senhores, a vida toda de um homem não vale a postura digna e ética de um rei de marfim. Como disse em certa feita Fernando Pessoa “se o rei de marfim está em perigo, que importam os filhos, mães ou esposas?”. Uma dúvida que poderia servir de ponto de partida para uma investigação filosófica em torno do xadrez seria indagar qual dos dois surgiu primeiro: a racionalidade humana ou a precisão racional enxadrística? Albert Enstein certa vez declarou que “deus não joga dados com o universo”, mas e se deus jogasse xadrez com o infinito? E se o infinito fosse só um lance de longo alcanse aos olhos do inexplicável? Não somos ainda capazes de responder a essas questões tão maiores que toda filosofia e psicologia humana. Mas podemos de forma indireta ponderarmos no sentido das não-respostas, nos entraves das lacunas que se põem e se dispõem em nosso caminho. Imagine o homem como uma peça de xadrez no mundo. um homem com uma precisão. Um ser dotado de sentido e ocupando uma posição de significado aos olhos e aos desejos de outros humanos. Imagine um homem como uma peça única. Imagine o mundo como um tabuleiro de xadrez...Só assim, perceberemos a importância de cada ser humano nesse imenso jogo de xadrez que é a vida.

domingo, 11 de dezembro de 2011

CHESS PORÃO - 10/12/2011

CHESS PORÃO - 10/12/2011

CHESS PORÃO - 10/12/2011

LEIS GERAIS DO CAPIVARISMO

As (primeiras) Dez Leis do Capivarismo (não necessariamente nessa ordem): 1ª Quando o capivara tenta reverter um erro por ele cometido, faz outro em seguida; 2ª Quando o adversário faz o lance ganhador, o capivara conclui que este seu último lance não era tão bom quanto parecia; 3ª Quando um capivara sacrifica, sabendo que há uma única refutação em mil, o adversário, por pior que seja, sempre encontra esse lance ganhador; 4ª Quando o capivara avalia que seu adversário deixou uma peça desprotegida, toma e, momentos depois, entende o mito do Cavalo de Tróia; 5ª Quando o capivara acha que conseguirá inevitavelmente dar o mate, é surpreendido com um “mate de gaveta” do adversário, com torre na oitava fileira; 6ª Quando o capivara acha que encontrou uma longa combinação ganhadora, sempre, após dois ou três lances, é surpreendido com um mate intermediário, do adversário, é claro; 7ª Quando o capivara decora uma partida e torce para que o adversário “caia” na cilada programada, sempre esse adversário joga alguns lances de acordo com a expectativa, porém altera a seqüência e vence a partida; 8ª Quando o capivara, em casa, avalia a partida da lei anterior, descobre que poderia ter vencido se jogasse o lance mais óbvio cobrado pela posição, logo após a alteração; 9ª Quando o capivara realiza uma seqüência de sacrifícios magistrais, descobre posteriormente que não dispõe de uma única peça para dar o mate; 10ª Quando o capivara constata que está perdido, pergunta-se sobre o porquê de continuar insistindo em jogar xadrez. As (segundas) Dez Leis (complementares) do Capivarismo: 1ª Quando o capivara acha que fez um lance decisivo e ganhador, acerta apenas 50% dessa sua avaliação; 2ª Quando o capivara percebe que sua dama está atacada, não a remove, optando por um xeque intermediário. Empolga-se e dá outro xeque. Faz um lance preparatório para o mate magistral, porém se esquece do início desta lei; 3ª Quando o capivara decora várias partidas, inclui em seu repertório uma variante perdedora... e não é que a joga! 4ª Quando o capivara pensa em jogar um "f5" ganhador, mas surge não sei de onde um forte enxadrista para ver a partida, o capivara opta por não jogar aquele lance ganhador, por medo de eventuais críticas posteriores. Invariavelmente, após a partida, o forte jogador dirá: - Por que você não jogou "f5" naquela hora? Era ganhador! 5ª Quando o capivara demora muito para rocar devido à sua indecisão, sofre um ataque demolidor no centro do tabuleiro; 6ª Quando o capivara quer mostrar uma partida que venceu, nunca consegue recompor a seqüência de lances; 7ª Quando o capivara consegue uma vantagem decisiva sobre um adversário bem mais forte, lembra-se que não sabe dar mate com bispo e cavalo contra apenas um indefeso rei; 8ª Quando o capivara constata, com tristeza, que perdeu por tempo uma partida "ganha", bem depois é avisado por alguém que presenciava o jogo que o tempo do adversário "caiu" antes; 9ª Quando o capivara finalmente, após infindáveis manobras, descobre a linha de ganho, o adversário chama o árbitro e diz que serão completados os 50 lances, sem captura ou movimento de peões; 10ª Quando o capivara constata que, como sempre, está perdido mais uma vez, pergunta-se sobre o porquê de continuar insistindo em jogar xadrez.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A CAPIVARA INSISTENTE

Insistentes. Não vejo outra palavra que qualifique melhor o que observo nos torneios de xadrez, com relação aos seus jogadores, senão esta: insistentes, insistentes e insistentes. Está claro que nem todos vão vencer a maior parte dos jogos, nem todos vão jogar partidas brilhantes que possam se orgulhar e - muito menos - nem todos irão angariar alguma espécie de premiação em dinheiro ou status de campeão. Mesmo assim, eles estão lá: pagam a inscrição, viajam de longe, gastam horas e horas dos seus finais de semana e, acreditem, não desistem tão fácil daquilo. Insistentes, insistentes, insistentes. Que outra palavra poderia definir àqueles que se mantêm firmes num ideal que, convenhamos, tem poucas chances de dar certo ou ser diferente do resultado habitual? O xadrez nos faz iludidos de que podemos vencer qualquer partida, já que não há “melhor elenco”, "erro grosseiro de arbitragem" ou “condições adversas por estar na casa do adversário”, etc. O que ele sente, eu sinto. O que ele enfrenta, eu enfrento. São as mesmas peças para cada lado e, perder ou ganhar, vai depender unicamente de mim. Ou melhor: vai depender de cometer menos erros do que ele, o oponente. Essa impressão, esse sentimento de persistência, habita grande parte dos enxadristas. Vejam só: se perdêssemos tudo, sempre, provavelmente não teríamos tanta vontade de jogar. Ninguém que seja lúcido, apanhando sem parar, vai continuar optando por uma briga. Se só ganhássemos, por outro lado, chegaria um momento em que a vontade diminuiria. Tudo, fácil demais, perde o tesão. Então viajamos, pagamos e competimos, crendo, firmemente, que vamos vencer. Que o adversário logo vai pendurar uma peça ou não perceberá a engenhosa combinação engendrada em nossa mente. Os mais sádicos até pensarão: ele irá sucumbir ante o bonito sacrifício de Dama que surgirá daqui a alguns lances, deitando seu Rei em sinal de rendição. A mesma sensação de sorte que acomete um comprador de bilhete de loteria assola o enxadrista mediano, sem expectativas ou grande força, que se inscreve em um torneio de xadrez. Ele pensa que pode vencer. É claro que, racionalmente, sabe que não ganhará o torneio, não assim tão fácil, porque ele “não tem tempo de se dedicar tanto quanto os outros”. Mas ele acredita, sim, lá no fundo do seu âmago ele tem convicção disso: posso ganhar qualquer partida. Os pequenos e inexplicáveis momentos pelos quais passamos quando ganhamos, ou mesmo a penitência que nos castiga quando a derrota vem da forma mais inesperada, já que vencer dependia exclusivamente de "um detalhe mínimo que deixamos passar", é o que nos faz continuar jogando. Por isso, lá vamos nós, de novo, de novo e de novo, insistir naquele mesmo ritual: sentar, ajustar as peças nos quadrados, checar o relógio, preencher a planilha, cumprimentar o adversário e mover: 1 e4 ou 1 d4, não importa, a pretensão nunca muda. Somos insistentes demais na paixão que nos move.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

JOGOS ABERTOS DO INTERIOR 2011

Pela primeira vez em 14 anos, os Jogos Abertos do Interior começam sem que seja possível apontar premeditadamente o campeão. São Caetano, que ganhou as últimas sete edições, entra na disputa enfraquecido pelo corte de R$ 1,5 milhão ocorrido no início do ano na Secretaria de Esportes e abre possibilidade para que São Bernardo, São José dos Campos, Santos e Piracicaba vislumbrem a conquista do título. Com isso, seguramente, Mogi das Cruzes, que sedia a competição pela primeira vez, verá uma das edições mais equilibradas nos 75 anos de história. No total, são 27 modalidades - mais seis extras - e 15 mil atletas correndo atrás de medalhas, mais do que o dobro dos 6.000 que disputaram o Pan-Americanos de Guadalajara, no México, em outubro. As dimensões exageradas da competição, que envolve 250 municípios de várias regiões do Estado, renderam à disputa o carinhoso rótulo de Olimpíada Caipira. As competições começam hoje com bocha, futebol, handebol e judô, terminando dia 19. Criada em 1936 por Horácio Baby Barioni, ex-jogador de basquete, os Jogos Abertos antes eram simples encontros de esportistas. Aos poucos, porém, a competição ganhou importância e transformou-se em uma das principais do Brasil. Tanto que atletas renomados, como a velocista Ana Claudia Lemos, medalha de ouro nos 200 m livres e no revezamento 4 x 100 m no Pan-Americano, interrompeu as férias para disputar o torneio por São Caetano. Dos municípios do Grande ABC, São Bernardo está um passo à frente. A cidade conquistou os Jogos Regionais em julho e passou a ser credenciada como favorita ao título também nos Abertos. São Caetano, apesar do menor investimento, tem tradição e a expectativa é a de que frequente as primeiras colocações. Mais uma vez, a decepção deve ser Santo André. A cidade, que era uma das potências estaduais na década de 1980, hoje é mera figurante. Na Segunda Divisão, Ribeirão Pires, Diadema e Mauá lutam em condição de igualdade por uma das duas vagas na elite em 2012. Das sete cidades da região, apenas Rio Grande da Serra não terá representantes em Mogi das Cruzes. INUSITADO - Entre os charmes dos Jogos Abertos estão as modalidades extras, pouco conhecidas, que são sugeridas pela cidade-sede. Mogi das Cruzes incorporou à disputa o tênis de praia, beisebol, bocha para atletas com necessidades especiais, caratê kyokushin, rugby e strongman. Esta última, sem dúvida é a mais inusitada. Trata de competição que mede a força dos homens em provas como arrastar um avião e virar pneus de trator. Ribeirão Pires tem intenções modestas para Olimpíada Caipira Embalada pela sonora regularidade e conquista da primeira colocação na Segunda Divisão nos Jogos Regionais deste ano, que foram disputados em Santo André, Ribeirão Pires participará da mesma categoria dos Jogos Abertos do Interior 2011. A delegação do município do Grande ABC, que vai a Mogi das Cruzes será composta por 60 atletas, que participarão dos esportes coletivos e individuais, como handebol masculino sub-21, malha masculino, tênis de mesa masculino, xadrez masculino, além do vôlei masculino. Ao contrário de outras cidades, que investem na contratação de reforços, Ribeirão tem como força principal os atletas formados em casa. Com tradição restrita nas modalidades em disputa, a cidade tem ambições modestas, e declaradamente não buscará as primeiras colocações. "Temos algumas prioridades de acordo com nossa atual situação. Assim, queremos manter a mesma classificação obtida pela delegação em 2010, quando ficamos na 58ª colocação final", declara o secretário adjunto da Secretaria da Juventude, Esporte e Lazer de Ribeirão Pires, Emerson Aparecido Gillardi.